sábado, 16 de fevereiro de 2013

mobília, pra que te quero?


Então junto com a reforma orientada à boa convivência felina, nós decidimos fazer pequenos ajustes na casa. Serei sincera: já moramos aqui há dois anos (desde Janeiro de 2011) mas até agora nossa casa ainda tinha uma certa cara de república. Explico.

Tanto Alê (marido) quanto eu já morávamos sozinhos quando casamos. Ambos tínhamos alguns móveis, utensílios, eletrodomésticos, e muita coisa pessoal, entre livros, cadernos, documentos, agendas, CDs, DVDs, instrumentos musicias, e por aí vamos. Ao contrário do que fazem muitos casais, nós nos casamos no momento mais instável de nossas vidas até agora. O Alê estava saindo de um emprego sem saber se seria contratado em outro. Eu estava no meio do mestrado sem saber se teria bolsa e se, caso não tivesse, conseguiria algum trabalho e qual seria ele. Uma confusão.

Disso decorre que nossa perspectiva de ficar nessa casa era incerta. Não sabíamos se mudaríamos pra São Paulo, por exemplo, em algum momento daquele ano, no ano seguinte... Ou se ficaríamos por Campinas e, caso ficássemos, se o bairro onde moramos continuaria sendo uma boa opção em termos de rotina, recursos, preço do aluguel, etc. Quer dizer, não tínhamos muita previsão de nada.

No final de 2012, porém, tudo mudou de figura. Profissionalmente ambos nos encontramos (viva!), e descolamos oportunidades suficientemente estáveis. Isso se confirmou no início de 2013. Foi então que partimos para os planos com a nossa casa: no momento, ela é a melhor opção possível em termos de localização, custo-benefício, etc. O problema eram os bichanos e o acesso deles à rua, como expliquei aqui. Investimos um pouco para resolver isso e, pronto, agora escolhemos de fato ficar por aqui.

Bom, como escolhemos ficar por aqui, percebemos que algumas coisas teriam que mudar. Móveis herdados de repúblicas, por exemplo, precisavam dar lugar a coisas mais ajeitadinhas. O território dos gatos teria de crescer verticalmente. Decidimos trocar o filtro de barro por um gelador elétrico de água mineral, porque tomamos realmente muita água (os dois trabalhamos boa parte da semana em casa). Decidimos pedir para a faxineira vir apenas a cada 15 dias, em vez de semanalmente, ajeitando uma nova divisão de tarefas que fosse possível para o nosso dia-a-dia. Tantas mudanças! :)

A única coisa que eu faria diferente, talvez, teria sido comprar móveis nas lojas físicas em vez de comprá-los online. O problema não é ver o móvel ou não, já que adquirimos recentemente nossa primeira trena (coisa de adulto, hein?). O problema foi que a compra online não inclui serviço de montagem. E, olha, a última vez que eu lembro de me sentir tão intelectualmente inferior foi na primeira aula de matemática numa escola em que eu acabara de chegar, na oitava série. É um verdadeiro quebra-cabeça. No fim montamos seguindo o croqui quando era possível, mas sobraram várias peças que, esperamos, não sejam tão fundamentais assim.

[Mas vejam, ficou bonitinho, até! Difícil agora, depois desse rack, é animar pra montar o balcão de cozinha. Aiai. Enquanto isso, a casa vai mudando, ficando com cara de casa, e vamos nos apropriando dela. Êba. :) ]

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

o curso é "muito teórico"?

Uma pessoa que conheço prestou vestibular e foi aprovada nas três universidades estaduais paulistas e em uma universidade privada de ponta no Rio de Janeiro. Em dúvida sobre o que escolher, me fez algumas perguntas sobre a Unicamp. Como é o bairro? Quanto custa o aluguel aí perto? Como encontro vagas em república? Como é a estrutura da universidade? Etc. etc. etc. Fomos conversando, até que ela chegou numa pergunta que já ouvi muitas, muitas vezes (e que provavelmente, antes de entrar na universidade, também fiz outras tantas): o curso não é muito "teórico", pouco voltado "ao mercado de trabalho"?

Hm. Interessante. Me lembrei de quando eu mesma pensava assim, opondo essas duas coisas que, na prática, não são nada opostas.

Eu poderia discorrer aqui sobre todo um mercado de trabalho voltado a pesquisadores e cientistas, que também é mercado de trabalho. Mas, sejamos legais, eu entendi o que minha conhecida quis dizer. Ela queria saber do mercado de trabalho corporativo. Ela queria saber se a formação que ela receberia na Unicamp seria adequada ao trabalho técnico ou administrativo que ela pretende exercer em empresas.

Me pergunto de onde vem essa ideia nossa, no senso comum, de que a formação com uma base teórica forte não é adequada ao mercado corporativo. Basta observar as seleções de quadros profissionais em grandes empresas, como os processos para trainees. Em geral as pessoas com diplomas de universidades que se concentram sobre teoria e pesquisa é que são selecionadas. Isso é resultado de uma forma de pensar muito simples e muito lógica dos grandes empregadores: a técnica pode ser aprendida em treinamento; a teoria é muito mais custosa. Além disso, muitas vezes sem a base teórica sólida, o profissional sequer consegue executar a parte técnica e administrativa, a não ser que seja um apertador de botões ou algo que o valha - mas não imagino que seja essa a ambição dessa colega (e não desmereço, também, a atuação de apertadores de botões).

Por esse motivo, aviso aos que têm essa inquietação: aproveitem a teoria que está sendo trabalhada na universidade; depois você terá a vida inteira pra aperfeiçoar a técnica.

;)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Dissertação em mãos... da banca!

Eis que termino a dissertação. Uma verdadeira jornada. Me vejo com um calhamaço - ou melhor, dois - de 200 páginas na fila do correio. Posto um sedex pra cada membro da minha banca e torço pra chegar logo. Sou toda ansiedade. Esses dias foram tensos.

Tensos porque precisava terminar tudo. Tensos porque, ao mesmo tempo, começaram as aulas numa escola, fui contratada em outra e começaram as aulas nessa segunda. Gente. Cêis não têm noção. Além disso, tenho feito um trabalho com livros didáticos de sociologia. Imaginem como eu estava. A ponto de ter uma conversa com meu marido, pedindo muita paciência comigo nesses dias.

Esse é o primeiro sábado desde Dezembro que eu posso escolher, de fato, se vou trabalhar um pouco ou não.

(e escolhi que não, claro; ando precisando)

Agora é a espera. Amigos, parentes, conhecidos e conhecidas, que já estão com o arquivo em seus computadores ou caixas de email, talvez em breve mandem comentários. Observações. Por enquanto só ouvi elogios aos agradecimentos que escrevi. Eles são importantes e fiquei feliz. Mas ficarei ainda mais contente quando alguém quiser discutir meus cálculos, interpretações gráficas, entrevistas de pesquisa. Porque foram infinitamente mais trabalhosos. Demorei três anos para fazê-los, sabem.

É essa minha ansiedade que me deixa meio amarga. Mas meio doce. Esperando. Torcendo. Querendo ver, mas do que uma aprovação, onde é que eu errei. Quero saber qual a falha que não vejo. Quero saber onde dava pra ter sido melhor. O processo é esse: surra no ego, que se recupera, calejadinho, e vai ficando mais forte (para o azar de vocês, meu povo).

Eu já achei que queria ser a pessoa mais inteligente do mundo. Hoje eu penso que só um pouco mais inteligente, por vez, já está bom.

Vejamos como me saio.