terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Getrude, a 'undercat'

"Underdog" é um termo em inglês para falar de quem 'está por baixo', é 'renegado', e daí em diante. Então essa semana eu comecei a ler "Cat vs Cat", da Pam Johnson-Bennet (R$42 na Livraria Cultura, em inglês) e descobri quem é o "undercat" aqui em casa. A ideia do livro é ajudar cuidadores/tutores que têm vários gatos em casa a compreender como funciona o relacionamento entre eles, e como lidar com isso no dia-a-dia. A primeiríssima coisa que ela aborda no livro é justamente a hierarquia entre os gatos.

minha 'undercat'
A gente (marido e eu) sabia que os gatos têm sua própria hierarquia, que ela muitas vezes não é fixa, e que há disputas constantes por isso. Até aí, tudo bem. Lendo o começo do livro, porém, eu comecei a perceber que minhas ideias sobre como identificar a posição dos gatos na hierarquia é que estavam bem equivocadas.

Nossa gata mais velha, Gertrude, sempre gostou muito de ficar fora de casa, passear (esse assunto de deixar os gatos saírem de casa merece um post exclusivo, então vou passar ele batido agora, mas aguardem). Ela tem uma relação aparentemente amigável com a Papaguena. As duas se lambem, dormem juntas, etc. Ela chia mesmo é pro Berlioz, que é filhote dela. Basta ele chegar perto, nem precisa fazer nada, que ela chia, dá patadinhas, às vezes rosna. Sempre foi assim, desde que um pouco depois de ele ter desmamado... Ah, vale dizer que os três são castrados.

Na minha cabeça, ela estava no topo da hierarquia, afinal de contas ela batia nos outros sem sofrer nenhuma retaliação, era a mais agressiva/esquentadinha, etc. Até que descobri (obrigada, Pam!) que na verdade a agressividade muitas vezes indica justamente que aquele gato está abaixo dos outros na hierarquia. Comecei a perceber outros sinais da posição rebaixada que a Gertrude ocupa entre a 'colônia' (é assim que chamam em inglês o grupo de gatos): ela fica longe porque não sente que o espaço da casa é dela; ela só vem comer depois que os outros gatos comeram, ficando com as sobras; ela evita os outros gatos; quando está no quarto, procura cantos escondidos; e por aí vamos.

Começamos essa semana uma terapia intensiva pra devolver a autoestima à Gertrude, na esperança de que ela não se sinta ameaçada pelos outros gatos, mesmo que continue a ocupar uma posição inferior na hierarquia (convenhamos, algum deles sempre terá de ocupá-la). O primeiro passo foi limitar o acesso do Basquiat e do Berlioz ao nosso quarto, que sempre foi o canto preferido dela na casa. Deixamos a Papaguena entrar menos, mas deixamos um pouco, porque a Gertrude não costuma se incomodar com ela. Ao mesmo tempo, deixamos apenas a janela aberta durante o dia, e fechamos a Gertrude pra dormir conosco durante a noite, numa almofada nova especial que compramos só pra ela. Ela fica ao lado da nossa cama. Se eu decido trabalhar no quarto, boto a almofada na cama e ela fica lá comigo. A Papaguena também ganhou uma almofada pra quando estiver lá.

Tenho percebido alguns efeitos disso, já. Pra começar, só nos três dias em que estamos fazendo isso, a Gertrude tem ficado mais tempo em casa. Quando sai, é rapidinho, dá um rolê e volta. Ela está relaxada no quarto, mesmo com a Papaguena do lado. Também voltou a procurar lugares mais altos pra ficar (e eu vou resolver isso em breve, comprando uma furadeira e umas prateleiras), o que indica que ela já está mais à vontade no espaço, não fica querendo 'se esconder' o tempo todo, como estava depois que o Basquiat chegou em casa.

Vamos seguir acompanhando, e posto as novidades aqui. Conforme for lendo o livro, mais ideias também vão surgir e continuarei na minha mirabolante missão de ter um lar feliz com quatro gatos e pouco dinheiro. :)

Até mais!

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